Artes da infância
- escritoraednamendo
- 24 de ago. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out. de 2022
24/08/2022

O liquidificador e o rádio quebrados
Era tempo de férias escolares, minha prima Lídia, veio de Paranavaí passar as férias conosco. Minha mãe estava fazendo um curso de corte e costura e nós cinco chamamos os vizinhos para brincarmos de vôlei em frente a nossa cozinha. Colocamos uma corda e ficamos de um lado e os vizinhos do outro lado. Vai bola de um lado, vem bola do outro lado.
Acho que foi a minha prima que deu um saque, a bola bateu bem na quina da porta aberta e pulou em cima da geladeira, derrubando na hora o rádio portátil da minha mãe e o liquidificador que tinha a jarra de vidro.
Foi um estrago, na hora os dois caíram e se quebraram. Como contar para a mãe que o radiozinho que meu pai deu para ela, que ela ligava para lavar roupa ou cozinhar, ouvindo o horóscopo, não existia mais. E o liquidificador que precisaria comprar uma nova jarra, tudo caro!
Nem preciso dizer que o jogo acabou na hora, os vizinhos correram para a casa deles com medo de minha mãe, que tinha a fama de brava. Nós fomos para dentro da nossa esperar minha mãe chegar.
Todos nós tomamos banho e nos sentamos no sofá em frente da televisão ligada esperando o confronto com minha mãe.
A mãe chegou, e já estranhou nós estarmos limpos sem que ela precisasse mandar um monte de vezes. Não tivemos escolha, contamos o ocorrido. Culpar a prima que era visita e afilhada, livrou um pouco a barra minha e dos meus irmãos.
Nem preciso dizer que a mãe virou uma fera, pegou a bola do meu irmão e ameaçou cortá-la de faca. Ela resolveu esconder, mas escondeu tão bem escondida que só a encontramos cinco anos depois, no dia que fomos mudar de casa.
A bola ficou escondida dentro de um encerado de caminhão dobrado na despensa.
Artes de infância nas férias que ficaram marcadas na lembrança!
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